Nessa hora tudo se encontra no limite: da loucura, da dor, do choro, da saudade, da falta, da abstinência, da normalidade. Uma vontade louca de chorar fica pesando no meu peito. Eu não posso. Não mesmo. E não vou. Deixa ficar pesado. Deixa. Ninguém se importa, nem eu mesma. Sinto como se tivesse enlouquecendo, não pertenço a esse lugar. Tudo dói, machuca e faz questão disso. Não agüento. Fraquejo, pelejo e aguento. E dói. Só eu sinto. Você não se importa. Eu e Mim choram aqui dentro, e tento conte-las. Elas não se agüentam e caem num pranto e me pedem abrigo. As abrigo. A dor do meu peito se torna maior. O peso se torna maior. Tudo maior. Nesse momento eu choro. Mas ninguém vê. Choro por dentro, choro pela alma, choro por você. Eu choro e ninguém vê. Ninguém. Palavra pesada essa. Mas eu não tenho, não é mesmo? Não posso contar, não tenho para onde correr. Não tenho abrigo. Nada. Palavra que ao mesmo tempo é nada é tudo. Tudo que não é nada. Poderia ser alguma coisa. Desabafo. A dor convém a melhorar, mas Eu e Mim continuam pedindo abrigo. Até quando. Até quando? Não sei. Resisto . A corda vai aos poucos cedendo, e cedendo. É principalmente nessas horas que me dá vontade de pegar o telefone, chegar até você e dizer. Dizer, dizer. Falar tudo. Fazer você ouvir. E querer ouvir uma resposta, nem que seja apenas para você dizer que foi bom e que já passou, “não haverá outra chance”. Evitaria me fazer esperar, me fazer sonhar, me fazer querer. Me fazer. Fazer, não posso. Temo. Choro outra vez pelos meus medo. Novamente ninguém vê. Não podem. Não saem lágrimas, mas sangro por dentro. Tudo dói e arde. Tenho medo da corda ceder de vez e eu fraquejar. Limite? Até quando.